A Coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria Pública do Estado do Piauí, Defensora Pública Lia Medeiros do Carmo Ivo, participou na última quinta-feira (13), por videoconferência, do lançamento da campanha Ei Mermã, Solidária, desenvolvida pela Coordenadoria de Estado de Políticas Públicas para as Mulheres- CEPM/PI. A Solenidade virtual contou com participação de representantes de órgãos públicos, privados e da sociedade civil.
A campanha Ei Mermã, Solidária, que será desenvolvida até dezembro do corrente ano, visa arrecadar produtos básicos, de higiene, alimentação, cuidados pessoais e de limpeza doméstica, para assistir mulheres mães, chefes de família, que estão vivendo uma situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. Os donativos, tanto de alimentos como de material de higiene, serão arrecadados no estacionamento do Teresina Shopping, em sistema de Drive Thru, todas as quintas, sextas e sábados, das 16h às 20h. A meta é beneficiar 15 mil mulheres.
Segundo dados apresentados pela Coordenadora da Campanha, Conceição Nunes, O Piauí ocupa a 11ª posição em mães solo no país. Os dados também apontam que, segundo o IBGE, no Piauí 62,4% dos trabalhadores ocupam funções informais, sendo as mulheres maioria dentro dessa realidade. O levantamento mostra ainda que a maioria das mulheres empobrecidas que chefiam famílias, exercem profissões que estão diretamente afetadas com a expansão da Covid-19.
Durante o lançamento a Coordenadora da Políticas para Mulheres, Zenaide Lustosa disse ter ótimas expectativas em relação a arrecadação. “Esperamos que as doações sejam significativas, para que possamos contemplar o máximo de mulheres em vulnerabilidade. As pesquisas demonstram que com o isolamento social as mulheres das comunidades são as mais atingidas pelo desemprego., as que vivem do trabalho doméstico, pro exemplo, tiveram que voltar para suas casas, as que trabalham na informalidade foram muito atingidas. Mesmo após cinco meses ainda temos certa dificuldade para a retomada desses serviços, porque agora que estão abrindo os protocolos. Dizer que essa ação surgiu de um grupo de gestoras das mulheres do Nordeste, porque percebemos que não deve ser apenas o Governo desenvolvendo políticas públicas, a ação tem que ser ampliada para que mais pessoas participem, para conseguirmos um retorno de forma mais imediata”, disse.
A Vice-Governadora, Regina Sousa, também destacou a importância da campanha. “Quero parabenizar a Coordenadoria pela ideia, porque sentimos que com a inclusão dos movimentos as iniciativas são melhor aceitas, as pessoas ficam mais solidárias. Precisamos envolver mais movimentos, tanto ligados às mulheres, como outros, porque a gente vê o tamanho da necessidade. Nesse momento é preciso não ter medo de ser chamado de assistencialista, quem está fome precisa de comida, quem tem fome tem pressa. Lembrar que a Coordenadoria está inserida no Projeto Piauí Protege, que se trata de um grande projeto a ser desenvolvido pelo Governo do Estado em três anos e terá um alcance bem maior para as pessoas em situação de vulnerabilidade”, ressaltou.
A Defensora Lia Medeiros destacou a iniciativa como primordial nesse momento e falou sobre o apoio que a Defensoria poderá prestar. “Confesso que fiquei muito feliz com a fala da Vice-Governadora Regina Sousa, ao ver que na verdade essa campanha visa algo imediato e urgente, que é prestar essa assistência tão necessária e fundamental, pois além dos alimentos esses kits de higiene também acabam sendo materiais de primeira necessidade, mas principalmente porque vi que não fica só nisso, que pode fomentar e fortalecer diversas políticas publicas para essas mulheres em situação de vulnerabilidade. Realmente para quem não tem água, alimento e moradia, não se pode falar em cidadania. Então é muito importante que se faça algo pontual, procurando suprir essas mulheres através da solidariedade, é um momento que não pode esperar, a sociedade tem que estar envolvida, não só o Governo, pois somente com ações mais permanentes de criação e fomento de políticas públicas permanentes para essas mulheres será possível conseguir algo mais duradouro. Me coloco como ponte, no sentido de levar a Campanha até a Defensoria, para uma parceria nessa divulgação por meio de nossas redes sociais, canalizando energias positivas, para que se tenha o melhor resultado possível”, afirmou a Defensora.