Dr. Ricardo Marinho conversa com presos em Vereda Grande
A atuação da Defensoria Pública do Estado do Piauí foi de fundamental importância nas negociações que resultaram no fim da rebelião na Penitenciária Gonçalo Castro e Lima, conhecida como Vereda Grande, nesta segunda-feira, dia 21 de setembro, no município de Floriano.
O motim, que ocorreu nas alas A e B, foi iniciado em retaliação as restrições de visitas impostas pelo movimento grevista dos agentes penitenciários do Estado do Piauí. O local conta hoje com cerca de 340 presos, quando a capacidade máxima permitida seria de 190.
A rebelião se deu no momento do banho de sol, quando os presos que se encontravam no pátio iniciaram a revolta e, usando as barras de ferro das traves destinadas ao campo de futebol, arrebentaram paredes na intenção de que os demais presos se unissem a eles. A ideia era juntar os três pavilhões. Quando so rebelados começaram a arremessar pedras nos policiais foi solicitado o reforço, que foi feito com a chegada de batalhões das regiões de Floriano, Água Branca, Oeiras e Canto do Buriti.
Segundo o Defensor Público Dr. Ricardo Moura Marinho, Titular da 4ª Defensoria Pública Regional de Floriano, que esteve no presídio logo após iniciada a rebelião a situação foi controlada, mas ocorreram muitos atos de destruição nas celas.
“Tomamos conhecimento da rebelião através de uma ligação do Juiz da Execução Penal, que por sua vez havia sido informado pelo Diretor do Presídio. Ele me informou que os presos solicitavam a presença da Defensoria Pública. Assim que tomamos conhecimento da rebelião nos dirigimos até o Presídio. Quando chegamos ainda esvam sendo disparados alguns tiros no local, por parte dos Policiais Militares e Agentes Penitenciários. Entramos acompanhados do Promotor Carlos Washingotn Machado e, em primeiro lugar, tivemos uma reunião com o Diretor do Presídio para saber quais as principais reivindicações”, explica o Defensor.
Segundo Dr. Ricardo Marinho os presos rebelados em Vereda Grande pediam a volta das visitas, que estavam suspensas em decorrência da greve dos agentes, já que com o quantitativo reduzido não havia condições para as revistas dos visitantes. Os detentos também pediam a volta dos sacolões, forma como definem as frutas e alimentos levados pelos familiares, que também se encontravam suspensas por conta da incapacidade de revistas. “Eles também reclamam de torturas, superlotação carcerária e do atraso processual”, diz o Defensor.
“Tivemos uma reunião com o Diretor do Presídio e o Promotor de Justiça e ficou acordado o retorno das visitas, que acontecem às sextas, sábados e domingos , assim como o retorno dos sacolões. Após o que entramos nos pavilhões e dentro das celas, conversamos com os presos e a questão foi solucionada”, explica Dr. Ricardo Marinho e complementa, “como amanhã é sexta-feira, vamos voltar ao presídio para constatar se realmente as visitas forma restabelecidas, assim como a entrega dos sacolões. O importante nessa ação foi que não ocorreram mortes. Dos 15 presos feridos nenhum corre risco de morte. O único policial que foi ferido no braço foi deslocado para Teresina e também não corre riscos. Importante constatar a confiança que os presos depositam na Defensoria Pública quando da ocorrência de situações dessa natureza. Felizmente a situação foi controlada”, finaliza Dr. Ricardo Marinho.