A Comissão Especial de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher do CONDEGE repudia veementemente os ataques ofensivos de cunho misógino e sexual que a Defensora Pública Paula Sant’Anna Machado, coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública do Estado de São Paulo recebeu durante a sua fala na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), na CPI da Violência Sexual Contra Estudantes de Ensino Superior.
Conforme informações, o evento estava sendo transmitido via YouTube, e um chat possibilitava a participação popular com mensagens. Entretanto, ao invés do importante instrumento ser usado para a construção de políticas públicas de enfrentamento, a Defensora Pública Paula Machado foi vítima de ofensas misóginas, de cunho sexual.
As deputadas reagiram imediatamente, declarando que providências serão tomadas quanto às pessoas que invadiram a reunião de debates.
O lamentável fato é uma clara demonstração do quanto as mulheres estão vulneráveis aos ataques, preconceitos e discriminações diariamente. Insta salientar que esses ataques através do meio virtual estão se tornando frequentes no período pandêmico, em razão do grande uso da tecnologia.
Em meio a tantos enfrentamentos, campanhas, e divulgação em prol dos Direitos Humanos das Mulheres é entristecedor se deparar com situações que ferem o gênero feminino, principalmente, na “Casa do Povo”, como são conhecidas as Assembleias Legislativas. Mesmo após inúmeras conquistas importantes e especiais, a mulher não tem sido poupada com agressões e dissabores.
Os assédios, abusos e desrespeitos trazem traumas de todas as órbitas para as mulheres, sendo intimidador, humilhante, constrangedor e desagradável mencionada situação.
O corpo da mulher não é objeto, muito menos, público. Todavia, o espaço público não tem sido lugar de proteção para as mulheres. Circunstâncias tais ignoram o direito de ir, vir, estar e ficar.
Insta salientar que as ofensas atingiram a todas as mulheres indistintamente, tendo em vista a representatividade da defensora pública no ato solene.
Diante do breve exposto, REPUDIAMOS o ataque misógino, depreciativo e machista exarado contra a Defensora Pública Paula Sant’Anna Machado, que naquele momento se encontrava em vigília pelos Direitos Humanos das Mulheres ao desempenhar a sua prerrogativa no exercício da profissão.
De outro turno, ESPERAMOS que as investigações necessárias apurem e venham a punir as pessoas que atuaram no cometimento do crime.
ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS
Defensora Pública Coordenadora da Comissão Especial de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher do CONDEGE
Confira a Nota de Repúdio Original