Defensoria fecha programação no Salipi com diálogos sobre cidadania, saúde mental e justiça antirracista

A Defensoria Pública do Estado do Piauí concluiu neste domingo (15) sua programação de palestras no 23º Salão do Livro do Piauí (Salipi), fortalecendo o compromisso institucional com os direitos humanos, a escuta ativa, inclusão e o enfrentamento às desigualdades. Os encontros aconteceram no Cine Teatro da UFPI, situado no Espaço Rosa dos Ventos.

A primeira atividade do dia foi a palestra “Mente cidadã e sua contribuição para a luta antimanicomial”, conduzida pela defensora pública Patrícia Ferreira Monte Feitosa, com mediação da assistente social Francisca Maria Soares. O momento reforçou a importância de práticas de cuidado em liberdade, a superação do modelo manicomial e a centralidade da atuação jurídica no respeito à dignidade de pessoas com transtornos mentais.

Durante sua fala, a defensora Patrícia Monte destacou a necessidade de um olhar mais humanizado e inclusivo sobre a saúde mental e defendeu que a luta antimanicomial exige ações concretas também por parte do Sistema de Justiça, para garantir liberdade, dignidade e cidadania a pessoas com transtornos mentais.

Na ocasião, também foi apresentada a experiência do projeto Mente Cidadã, desenvolvido pela Defensoria Pública desde 2019. A iniciativa leva serviços de cidadania, saúde, assistência social e orientação jurídica a pessoas em situação de vulnerabilidade social, com foco em indivíduos com transtornos mentais e seus familiares.

Em seguida, às 10h, foi realizada a palestra “Defensoria Pública: uma instituição contracolonialista no Sistema de Justiça”, ministrada pela defensora pública Karla Andrade, coordenadora do projeto Vozes dos Quilombos, com mediação da professora Mariana Moura. A palestra trouxe uma análise crítica sobre a estrutura do Sistema de Justiça brasileiro, a partir das vivências das comunidades tradicionais. 

A defensora Karla Andrade ressaltou que reconhecer o caráter contracolonial da Defensoria é também reafirmar sua função transformadora e comprometida com a luta dos povos quilombolas, indígenas e outras comunidades historicamente silenciadas, construindo uma nova forma de fazer justiça: mais próxima, consciente e comprometida com os direitos de todas e todos.

A defensora pública geral do Estado do Piauí, Carla Yáscar Belchior, também esteve presente no evento e reforçou a importância da atuação da Defensoria em espaços como o Salipi: “A Defensoria Pública tem o compromisso de dialogar com a sociedade e ampliar os espaços de escuta e participação. Estar no Salipi é reafirmar nosso papel como instituição que educa em direitos, acolhe e constrói justiça a partir das realidades da população”.

Com essas duas importantes discussões, a Defensoria Pública encerra sua participação com palestras no Salipi 2025, reafirmando seu papel como instituição essencial à democracia e promotora de acesso à informação, escuta, orientação jurídica e defesa incondicional dos direitos dos grupos em situação de vulnerabilidade.

Mais do que marcar presença institucional, a participação da Defensoria no Salipi representa uma oportunidade de aproximação com a sociedade, promovendo o acesso à informação, o reconhecimento de direitos e o fortalecimento da cidadania. Durante todos os dias do evento, equipes da Instituição estiveram presentes no stand informativo para dialogar com o público, distribuir materiais e apresentar os projetos desenvolvidos pela Defensoria em diversas áreas de atuação.  

Mais informações sobre a atuação da Defensoria Pública do Piauí podem ser acessadas através do site: (defensoria.pi.def.br).