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Defensoria participa de Audiência Pública na Alepi para discutir extermínio da juventude negra e pobre no Piauí

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Publicado em 12, dezembro de 2024 às 13:35

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A Defensoria Pública do Estado do Piauí esteve presente, nesta quinta-feira (12) na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi), de Audiência Pública para discutir o extermínio da juventude negra e pobre no Estado. A Instituição foi representada pela Subdefensora Pública Geral, Verônica Acioly de Vasconcelos A audiência foi proposta pelo Deputado Francisco Limma e aconteceu no plenarinho da Casa perante a Comissão de Direitos Humanos.

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A audiência teve por objetivo debater o considerável aumento de homicídios entre jovens com idade de 14 a 29 anos no Piauí, em especial na capital. Segundo pesquisa do Atlas da Violência divulgado em junho do corrente ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) , em dez anos, de 2008 a 2018, o Piauí registrou um aumento de 65,8% no número de homicídios de jovens.

Francisco Limma justificou a realização do debate destacando que em 2018 foram registrados 310 assassinatos de pessoas dentro da citada faixa etária, o que representa metade do total registrado no Estado no mesmo período, que foi de 619. “Dentre o número alarmante supracitado, na pesquisa foi constatado que a maioria dessas vítimas de homicídio eram negras. Em 2018, por exemplo, das 619 pessoas assassinadas, 531 eram negras, por isso convidamos toda a sociedade para debater, analisar dados e buscar caminhos para transformar essa realidade. Juntos, podemos mudar essa história”, disse o Deputado.

A Subdefensora-Geral, Verônica Acioly, falou sobre a importância da Defensoria estar presente na Audiência. “Procuramos participar dos debates em todas as áreas que versam sobre temas que repercutem na vida de nossos usuários e usuárias, integrantes da grande parcela da população vulnerabilizada do Estado. Dentre outras alternativas para o combate ao extermínio da juventude negra, considera-se que o investimento no orçamento da Defensoria e o fortalecimento no modelo constitucional público de assistência é um instrumento de combate. A Defensoria Pública é uma instituição contramajoritária e que defende a população em situação de vulnerabilidade, que é majoritariamente constituída por pessoas negras que sofrem com a herança colonialista. A população negra representa a maior parte dos nossos assistidos e assistidas e a Defensoria Pública procura atuar e envidar todos os esforços, tanto na esfera judicial e extrajudicial, para que a dignidade dessa população seja respeitada”.