A Defensora Pública Karla Araújo de Andrade Leite, Diretora das Defensorias Regionais, representou a Defensora Pública Geral do Estado do Piauí, Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior durante o ato solene de lançamento da pedra fundamental do Memorial da Resistência e da Democracia do Estado do Piauí , realizado nesta sexta-feira 31 de março, em alusão aos 50 anos do golpe militar de 1964, aconteceu no Centro de Artesanato Mestre Dezinho, em Teresina. O momento contou com a presença do Governador do Estado do Piauí em exercício, Themístocles Sampaio Pereira Filho.
O Memorial contará com uma estátua, representando uma vítima do “Pau de Arara, método de tortura física cuja vítima é amarrada com os membros suspensos. O espaço também terá painéis que relembram a memória de figuras e presos políticos perseguidos durante do período da Ditadura Militar, no ano de 1964. A inauguração do Memorial está prevista para acontecer no dia 28 de agosto.
“Aqui era o antigo quartel da PM, foi onde alguns presos políticos cumpriram pena. Temos que jamais voltar ao que aconteceu no passado, o melhor regime é o que o povo escolhe, pode ter divergências, mas, é a maioria que vence. Fico feliz em estar iniciando esses atos de manifestação àqueles que lutaram na época”, destacou o Governador em exercício, Themístocles Sampaio.
A Defensora Pública Karla Andrade se manifestou sobre a relevância do momento. “A construção desse Memorial de Resistência e da Democracia é importantíssima para que as gerações do presente e as futuras tenham dimensão do grau de violência que as nossas gerações passadas enfrentaram unicamente por defenderem a liberdade e o governo do povo. Então, quando não estamos revisitando a história, quando não buscamos a memória da história do nosso Estado, do nosso país, podemos ser facilmente seduzidos por um discurso que nos leva ao engano. Precisamos ter esses Memoriais e a Defensoria Pública está ao lado da democracia, da liberdade e da Constituição Federal, e por isso mesmo não poderíamos faltar a um evento como esse”, afirmou.
Segundo o Comitê da Verdade de Teresina, autor da proposta de criação do Monumento, ao menos 37 pessoas foram presas, torturadas, demitidas ou processadas no Piauí durante a Ditadura Militar. Também de acordo com o Comitê, nove parlamentares tiveram seus mandatos cassados e perderam direitos políticos no mesmo período, estando entre eles o pai do governador em exercício, Themístocles Sampaio, ato que foi anulado por decreto legislativo, apresentado pelo deputado Fábio Novo.