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Defensoria realiza debate enriquecedor sobre Saúde Mental da Pessoa Negra

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Publicado em 18, junho de 2021 às 20:41

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Um debate produtivo e enriquecedor, essa foi a opinião da maioria das pessoas que participaram, nesta sexta-feira (18), do Seminário “Saúde Mental da Pessoa Negra”, realizado pelo Projeto Mente Cidadã e Escola Superior da Defensoria (Esdepi), por meio da Plataforma Zoom, com transmissão simultânea pelo canal da Defensoria no Youtube. O evento contou com a participação do Defensor Público Geral, Erisvaldo Marques dos Reis e da Subdefensora Pública Geral, Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior.

Os três palestrantes da tarde abordaram de forma sensível e direta os temas propostos, levando os participantes a se posicionarem positivamente  em relação ao evento por meio do chat nos canais da plataforma Zoom e do Youtube.

O professor Benedito Carlos de Araújo Júnior, que é doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e trabalha temas como violência, segurança pública, suicídio, mídia e poder,  tratou sobre Aspectos Sociais e Saúde Mental da Pessoa Negra. “Os dramas da saúde mental tendem a crescer, e essa ideia de que somos um ser integral vai somatizar, quando você padece de uma depressão, começa a padecer de todo o corpo, do nível fisiológico”, destacou, reforçando a necessidade das ações preventivas.

A psicóloga Milena Faustino, coordenadora em Oeiras do Núcleo de Valorização da Vida, que é voltado para a prevenção do suicídio, destacou os fatores de risco para o adoecimento mental.”O desemprego, uso de álcool e outras drogas  são comprovadamente fatores de risco do adoecimento mental nesta pandemia, podendo levar a idealizações suicidas, e a questão do suicídio é sempre um assunto a ser tratado, para que a gente possa pensar medidas preventivas”, disse.

A  Solidão da Mulher Negra foi o tema abordado pela psicopedagoga e terapeuta, Rosangela Parga. “Quero parabenizar todos os envolvidos no evento, que é de extrema importância, extremamente oportuno. O adoecimento mental coletivo, que já estamos começando a receber nos nossos consultórios, a solidão da mulher negra e a implicabilidade que tem na saúde mental, precisam ser discutidos”, afirmou, destacando ainda as inúmeras formas de violência psicológica e física que impactam a vida das mulheres negras.

A Defensora Pública Patrícia Monte considerou o evento exitoso. “Foi muito aprazível. Os três palestrantes trouxeram falas supersensíveis, um discurso bem razoável, com a posição de fala de quem sofre o racismo e suas consequências na saúde mental. Muito importante essa contribuição para provocar nas pessoas que nos ouviram a sensibilidade do contexto social em que vive a pessoa negra, porque é ela que sofre mais os transtornos mentais no nosso país, dai a importância da contextualização das políticas públicas de saúde mental, levando em consideração esse contexto, já que o adoecimento está em sua maioria nas pessoas negras. O evento veio também vem reforçar os objetivos estratégicos do Mente Cidadã, que visam exatamente provocar reflexões na sociedade sobre os temas atinentes à saúde mental”, afirmou.

Para o Defensor Público Geral, Erisvaldo Maques, é sempre necessário estar atento aos impactos que a saúde mental traz para a vida das pessoas. “É muito importante explanar sobre a temática da saúde mental, especialmente a saúde mental da pessoa negra cujos estudos mostram que é a mais impactada nesse aspecto. Por isso mesmo é preciso conhecer mais sobre essa questão e o projeto Mente Cidadã, que é referência dentro da Defensoria Pública e foi reconhecido como prática exitosa pelo Prêmio Innovare no ano passado, nos proporciona essa reflexão”, destacou agradecendo ainda a disponibilidade dos palestrantes.