Foi considerada produtiva a Oficina de Pais e Filhos realizada pela Defensoria Pública do Estado do Piauí nos últimos dias 27 e 28, no prédio do Centro Nacional de Cultura da Justiça em Teresina, espaço no qual está instalado o Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), do Tribunal de Justiçado Piauí.
Tendo por finalidade demonstrar para os casais em processo de ruptura a necessidade de um olhar diferenciado para a situação, por meio de uma convivência saudável, a Oficina é baseada em exemplos e em dados constatados por equipe multidisciplinar, que permitem aos envolvidos verem o problema sob uma ótica diferente, entendendo que não se trata unicamente do casal, mas de todos os envolvidos no processo. A iniciativa pretende solucionar não apenas questões jurídicas, mas a essência do problema, tratando a relação entre os envolvidos tanto nas esferas judiciais quanto nas extrajudiciais, evitando a judicialização dos processos. Nessa edição a ação contou com a participação de estudantes da turma de Estágio Supervisionado III, da Faculdade Maurício de Nassau.
Para E.M, que participou da atividade, a Oficina trouxe um aprendizado. “A importância, é que a gente aprende muito em relação a como educar os nossos filhos, assim como sobre o divórcio já que, muitas vezes, acabamos misturando as coisas. Eu não tinha ciência dessa Oficina e fui convidada ao ser assistida pela Defensoria Pública. Gostei muito. Realmente, é uma iniciativa que merece ser expandida, se possível, para a família inteira e não apenas pais e filhos, no meu ponto de vista. Porque a família é avó, pai, mãe, tios, primos e irmãos, e às vezes a pessoa acaba confundido a questão de como tratar o filho do divórcio, na separação, acaba misturando as coisas. Então, aqui eu aprendi muito em relação a isso”, afirmou.
“O interessante é perceber que alguns comportamentos que nós temos com a família são prejudiciais à criança, que está passando por esse momento que está acontecendo comigo e o meu ex-parceiro. Tentar algumas soluções acerca deste comportamento e tentar melhorar o desenvolvimento da família, entender o lado um do outro para não ocasionar tantas discussões e brigas foi excelente”, destacou a também assistida R.B.
“Achei essa Oficina muito boa, porque ajuda bastante as pessoas, dos dois lados, tanto o meu como o da mãe dela, que assistiu a Oficina ontem. Acho bastante benéfica para a família como um todo, as crianças e os pais. Ajuda bastante”, ressaltou o assistido F. J.
A estudante da Faculdade Maurício de Nassau, Fernanda Mendonça, destacou a contribuição da Oficina. “Realmente é uma ação muito válida, intervir no sentido de preparar o pai e a mãe não só para desfazerem o vínculo, mas para um novo sistema de vida e, conjuntamente, paralelamente, a preocupação com a criança, com o filho em todos os aspectos que fazem parte da realidade. É uma ação muito válida realmente. Ali as pessoas que vivem o processo do divórcio, conseguem se espelhar e percebem com clarividência as consequências. Prepara para orientar os filhos em um novo segmento de vida”.
A facilitadora Rosângela Alexandrino confirma que foi positiva a Oficina. “Foi excelente. Me surpreendi com os depoimentos dos participantes. Incrível como as pessoas refletem sobre a sua vida ao participarem da Oficina. Até os que não estão diretamente envolvidos no processo de separação, como os alunos da Maurício de Nassau, mas se encontraram em uma realidade delas porque estão, por exemplo, com os pais se separando. Essas pessoas deram depoimentos que vão ajudá-las, inclusive com os demais familiares, como irmão menores, para que não fiquem tão perdidos dentro do processo de separação. O Saldo foi positivo nos dois dias da ação”, afirmou.
Para a Defensora Pública Dra. Débora Cunha Vieira Cardoso, Coordenadora do NUSCC, o resultado da Oficina “demonstra que o Projeto está alinhado com os anseios das pessoas. O divórcio é hoje uma realidade muito comum, já aceito e normalizado no seio da sociedade. Mesmo assim, as famílias sentem muito essa ruptura, muitas não sabem como lidar com a situação, e o modo inadequado de conduzir uma separação reflete diretamente nos filhos”, pontua a Defensora..