Até o último dia 12, aproximadamente 13 mil quilombolas piauienses já haviam recebido a vacina que imuniza contra a Covid-19. O levantamento é do Projeto Vozes dos Quilombos, desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado do Piauí e que tem como coordenadora a Defensora Pública Karla Araújo de Andrade Leite. Estima-se que no Estado existam mais de 260 Comunidades Quilombolas, sendo que um total de 83 já estão certificadas, e outras 32 encontram-se com o processo de certificação em trâmite.
Segundo Karla Andrade, em relação a imunização contra a Covid-19 foi obtido pelo Projeto o retorno de 101 comunidades, das 115 que foram identificadas para receberem as doses. “Em 90% das comunidades as doses chegaram na quantidade correta, e 94% se declararam satisfeitos com o resultado da imunização”, explica a Defensora, especificando ainda que as Comunidades onde foram observadas diferenças entre o número de doses enviadas e a quantidade de moradores, serão contempladas com mais doses. O acompanhamento está sendo feito pela Coordenação Estadual Quilombola – CECOQ – Piauí.
Os imunizantes destinados às Comunidades Quilombolas no Piauí foram recebidos no dia 20 do último mês de março, como parte de um lote de 85 mil doses que também permitiram a imunização da população idosa de 70 a 74 anos.
Nesse contexto o Projeto Vozes dos Quilombos vem sendo parceiro da Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi), ajudando a divulgar junto as Comunidades Quilombolas o calendário de distribuição das doses, para que as lideranças de cada Comunidade fossem devidamente informadas sobre o recebimento das vacinas a elas destinadas.
A Defensora Pública Karla Andrade, destaca a relevância de todo esse processo, desde a chegada dos imunizantes até o retorno das Comunidades, e explica como esse levantamento é essencial para que se possa assegurar os direitos dos povos quilombolas. “Ressalto que nada veio de graça, a vacina que imuniza hoje no Piauí grupos que foram historicamente excluídos de todos os seus direitos é uma conquista da Articulação Quilombola no Brasil. Esta informação é extremamente relevante e faz diferença, para que não se permita confundir realização de direito com benesse do governo”, diz a coordenadora do Vozes dos Quilombos.